domingo

tu

a noite vai longa, acabaste de sair daqui. Preguei-te um beijo. Um beijo roubado ao tempo. Se não houvesse tempo, nem consciência, nem coração, tinha-te beijado, com a boca, com a língua, sentido o sabor da tua boca, dos trejeitos da tua língua de encontro à minha. Tinha sentido a tremura do teu sexo, a vontade que carregas desde que nos conhecemos, de entrares em mim. Só para ver como é. Sabes essa expressão, do "ver como é"? Isso mesmo, não fosse a puta da consciência e a merda do coração.
Só para ver como é, beijava-te, abraçava-te, despia estes calções e deixava-me ir, só para "ver como é". Um dia quem sabe... Amanhã é sempre outro dia.